Bilhetes ao Chão

Dá-me Senhor um pedaço de mansa nuvem,
No Recanto faz-me regar
Os cantos e os versos
De quem vem até aqui para
O louvar.
Dá-me Senhor a nuvem mais clara
E leve,
A Poesia serena e breve
Mas que toque os corações,
Quero Senhor oferecer
Como ramalhete
Os tantos bilhetes que deixei
Vida a fora jogados no chão,
Dá-me Ó Pai, a serenidade
Que até essa idade
Ainda não consegui ter,
Dá-me uma tela em branco,
Ensina-me a pintar
Revestindo com Teu Manto
As dores tantas
Num mundo quase sem cor,
Quero o colorido no sentimento,
As muitas cores dentro do que enfrento
Até formar Teu arco íris
Como Aliança Eterna
Do Teu cuidado por mim.
Quero o doce da escrita,
O abraço de quem lê,
A compreensão do coração
Que é tocado como corda afinada
No Teu violão,
Dançar como Tua bailarina
Com a sapatilha da alegria que nunca finda
Em Teu balé preciso,
Em Tua vontade firme, concreta,
De que no Teu Céu tão lindo
A música e a dança aqui me despertam.


Teônia Soares